sábado, 16 de outubro de 2010

Ônibus 174


Dez anos depois desse trágico sequestro no Rio de Janeiro, tive oportunidade de ver, na mesma semana, os dois filmes desse evento: o documentário Ônibus 174, realizado por José Padilha (diretor de Tropa de Elite) e o segundo, última Parada 174, de Bruno Barreto.
Ambos os filmes, tratam do sequestro, mas com abordagens diferentes. O documentário reune imagens verdadeiras enquanto o filme volta um pouco no tempo e conta toda a história de Sandro, em detalhes.
Avaliando esses dois filmes, é possível perceber que a história de Sandro se resume a eventos trágicos, como ver a mãe sendo esfaqueada aos oito anos de idade e ver seus amigos mortos na chacina da Candelária.
O documentário mostra bem a revolta dos pedestres nas proximidades. Eles queriam a cabeça de Sandro. Já o filme mostra Sandro somente como uma vítima da sociedade segregadora. No filme, Sandro não queria assaltar o ônibus. Ele é representado como uma pessoa do bem, convertida pelo abandono e pelos eventos trágicos, que não foram poucos.
Enquanto o documentário mostra a realidade, o filme vai além. Mostra uma reflexão profunda sobre o futuro de nossas crianças abandonadas. Dizemos muito que a família estruturada é fundamental para uma boa criação, mas Sandro nada disso tinha. Ele não tinha nada a perder. A sociedade retirou tudo dele.
Como buscamos um país melhor se nesse momento milhares de Sandros estão nas ruas do nosso país passando fome e frio? Como confiar nos políticos que deixam isso acontecer? Como esperar um mundo melhor? Como salvar esses Sandros?
Para finalizar a melhor cena dos dois filmes pra mim é quando uma refém do ônibus diz ao Sandro: "Você sabe quem é a maior vítima disso tudo? Você."
Vale a pena ver esses dois filmes. Dá pra fazer uma excelente reflexão sobre o lugar em que vivemos. Comece pelo documentário para relembrar da história.
Até a próxima.
Mobilio


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