sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O que eu quero é... PREÇO!!!

O dia já tinha amanhecido, mas eu ainda dormia. Eram dez horas da manhã e já fazia um mês que eu não acordava naquele horário. Assim que levantei, meu pai lançou a seguinte pergunta com um tom de obrigação: “Vamos ao Guanabara?!?” Enquanto meu pai estava no Gua..., minha consciência já estava no aeroporto internacional embarcando para Tóquio.
Nos arredores do supermercado, já era possível perceber uma anormalidade. Apesar de o trânsito niteroiense ser ridículo, eu nunca imaginava que iria parar no trânsito as onze da manhã. Depois de meia hora, chegamos à porta do supermercado. Por lá, havia um guarda de trânsito. Segundo ele, o mercado estava entupido como nunca antes na história e o dono mandou fechá-lo por algum tempo. Naquele momento descobri algo que meu pai havia escondido de mim: Era aniversário do Guanabara.
Eu ainda não tinha conseguido entender como um supermercado gigante e com 80 filas de compras estaria lotado, isso só aconteceria se Niterói inteira estivesse lá. Foi aí que percebi que havia um ônibus de São Gonçalo que parava em frente ao mercado. Ahhh maldita São Gonçalo. A população gonçalense estava lá, inclusive o ritmista da porto da pedra (Alô São Gonçalo!).
Depois de ficar uma hora na fila da entrada do estacionamento, entramos como gladiadores na cova dos leões gonçalenses.
Ao estacionar o carro, descobrimos que os 1500 carrinhos do mercado estavam em falta, e para pegar um era necessário ficar em outra fila enorme. Foi aí que meu pai teve a segunda melhor ideia do dia (a melhor estará nas próximas linhas): “Vamos ver como está lá em cima. Se estiver impossível a gente vai embora”. Por mim eu ia embora dali mesmo, mas se eu não tivesse subido aquela rampa esse texto acabaria aqui.
A rampa de subida pra mim assemelhava-se a um monstro que estava prestes a me engolir. Dali já era possível ver o caos no mercado (como se eu não pudesse ter percebido isso antes). Além disso, eu via nos rostos das pessoas que estava indo embora o retrato do cansaço. Eu peguei a conversa de uma senhora que disse que estava lá desde as seis da manhã!
Descobri que o inferno era logo acima, no fim da rampa.
Eu vi de tudo naquele lugar. Enquanto os anunciadores (três) gritavam as malditas promoções dos selinhos, as pessoas se atropelavam para pegá-los. Ali, os seres humanos voltaram a ser selvagens. As filas das compras cruzavam todo o supermercado e crianças corriam alucinadas procurando seus pais. Aquilo não era mais um supermercado, era como um show do Belo grátis na praça principal de São Gonçalo (se é que existe praça por lá).
Depois de ver um rapaz ‘domando’ três carrinhos super cheios, meu pai teve a melhor ideia do dia: “Vamos embora daqui, agora!”
O relógio anunciava três horas da tarde quando saímos daquele recinto maldito. Assim que tirei o carro do estacionamento, vi um ônibus de turismo velho com umas 70 pessoas gritando alucinadamente no seu interior estacionando. No vidro da frente estava escrito: ALCÂNTARA-GUANABARA – SAÍDA AS 8:00hrs. Era uma caravana que vinha fazer compras no Guanabara. Foi nesse momento que minha consciência voltou pra minha cabeça junto com meu bom senso.

Até a próxima
Mobilio

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