sexta-feira, 29 de abril de 2011

O palhaço







O show chega ao fim
A plateia pede bis
O dever está cumprido
É hora de retirar o nariz

O personagem se desfaz
Com seu lenço de papel
Amanhã terá mais
É hora de descer do céu

No circo, a tenda
Isola o palhaço do mal
No fim, ele retira a venda
É hora de encarar a vida real

A boca pintada
Fica seca
Com o frio da noite enluarada

A cintura, antes larga
Agora está apertada
Nos poucos coletivos
Que passam na madrugada

A flor de sua fantasia
Perde sua vida
No silêncio da maioria

Lar doce lar
O palhaço acaricia sua esposa
Distribui beijos em seus filhos
Aqueles que, mesmo com dificuldades,
Sabem como sorrir
É a hora de dormir
É a hora do palhaço sonhar...


Até os próximos versos

Mobilio

domingo, 20 de março de 2011

Vô e vó



Tem dias que a gente pensa em desistir, apagar nossas lembranças, tentar recomeçar. Temos esse pensamento algumas vezes em nossas vidas, mas dificilmente fazemos isso. Queremos abandonar o barco, mas sabemos que tudo vai melhorar. Daí que vem aquela que é a última a morrer, a esperança. Além dela, podemos confiar em algo que todas as pessoas têm, mas às vezes não têm a oportunidade de conhecer. Estou falando do Vô e da Vó. Quem conhece os pais dos seus pais, sabe do que estou falando.
Vou começar falando da Vovó. Vovó já foi mãe pelo menos uma vez, e vira mãe de novo quando “ganha” um neto. O sorriso da Vovó conta como o de duas mães. O abraço da vovó é como um cobertor quente numa noite gelada. A casa da vovó é um refúgio, uma zona neutra dos perigosos caminhos da vida, um verdadeiro porto seguro (a casa é do Vovô também). A vovó faz os melhores doces e salgados. Um conselho da Vovó vale mais que um bom livro.
Já o Vovô é rígido, chefe de família, trabalhador. Mas, felizmente, sua rigidez derrete com um sorriso de qualquer um dos seu netinhos. Aí o vovô se esbalda, volta a ser criança e conta histórias antigas des seus tempos de infância. O vovô sempre conhece todos os lugares e sempre vem com algum presente. O vovô entende de tudo e sempre faz as vontades pros seus netos. O coração do vovô é do tamanho do universo.
Vovô e vovó são perfeitos, sempre têm um abraço, um beijo e um doce para dar. Não escondem um sorriso nunca. Esse casal representa o passado e o futuro, já que mostram o caminho para seus herdeiros.
Guarde sempre as melhores lembranças com seus avós, eles fazem (ou fizeram) tudo por você. Quando você precisar, eles estarão prontos pra te dar seu amor incondicional.
E lembre-se disso quando você for avô ou avó.

Até a próxima
Mobilio

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Diálogo entre passado e presente.


Artux Xexéo publicou um texto chamado 'Obsoleto' cujo link é http://oglobo.globo.com/cultura/xexeo/posts/2011/02/13/obsoleto-362114.asp
Decidi fazer a resposta.

Moderno

Eu sou do tempo do computador pessoal, do celular, da Internet. Eu sou do tempo do Iphone, do Smartphone, do Ipod, do Google, do You Tube. Eu sou do tempo dos blogs, da compra pela Internet, das redes sociais, dos meus 400 logins e senhas diferentes. Eu sou do tempo da TV a cabo, do satélite, do DVD. Eu sou do tempo das transações de banco on line, do jornal on time (e full time).
Eu sou do tempo do Playstation!
Eu sou do tempo dos jogos de vídeo game, do termo Última Geração, do atendimento 24 horas. Eu sou do tempo da TV 3D, do cinema 3D, da alta definição. Eu sou do tempo da Urna Eletrônica, da porta detector de metais, da arma nuclear.
Eu sou do tempo do teclado sem fio, da calculadora gráfica, dos cursos a distância.
Eu sou do tempo da Vodca com Energético, do Iogurte gelado, da comida japonesa. Eu sou do tempo da bermuda Cargo, da gola em V, das academias cheias. Eu sou do tempo de Justin Bieber famoso, do Rock colorido. Eu sou do tempo da conectividade.
Eu sou do tempo do comércio do futebol.
Eu sou do tempo do cartão de crédito.
Eu sou do tempo do cinema caríssimo. Eu sou do tempo do mundo Globalizado, da bolsa de valores. Eu sou do tempo da pirataria, da violência, do BBB.
Eu sou do tempo das crianças preferindo armas de brinquedo ao invés de livros. Eu sou do tempo da falta de diálogo nas famílias, da falta do almoço de domingo à mesa. Eu sou do tempo do trânsito, da pressa, da máquina digital, do ar condicionado, do buraco da camada de Ozônio.
Eu sou do tempo do limite de caracteres e, com os que me restam, só posso escrever NOSTALGIA.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

As redes.



Em um fato temos que concordar: quem inventou o conceito ‘rede social’ é um gênio. 55 milhões de pessoas no mundo têm pelo menos uma conta em algumas das diversas redes sociais existentes. Os números são impressionantes. Por dia, 38% dos brasileiros utilizam essas redes. O brasileiro fica, em média, um dia de cada mês conectado a internet. Dos brasileiros internautas, 79% usam redes sociais. Em média, esses internautas passam mais tempo nessas redes que em festas.
Poucos filmes conseguiram o que conseguem as redes sociais: entreter desde crianças a pessoas de meia idade. Com certeza é uma fortíssima tendência. TEMOS que ter uma conta em alguma rede, definitivamente. Mas, devemos parar um pouco e pensar: Aonde queremos chegar com isso? Qual é o sentido de rede social?
A rede social vale como uma válvula de escape do mundo real. Lá, colocamos nossas melhores fotos, a fim de mostrar para o mundo como nossa a vida parece ser perfeita. Nas redes sociais, esquecemos nossos problemas. E, quando temos um, ele aparece como um bom evento. Indo para a realidade, vou dar um exemplo: Fui a um show e coloquei uma foto do palco, somente. Porém, para chegar até ali, tive problemas para comprar o ingresso e para chegar ao evento. Quem vê de fora, acredita que esse dia foi perfeito, mas não foi. Funciona como nossa vida: não tem como ser perfeita. Passamos por situações boas e ruins diariamente. Nem em um conto de fadas é possível encontrar a perfeição. Para um final feliz, a princesa passou por dificuldades. Branca de Neve foi envenenada, Rapunzel e Fiona ficaram presas numa torre e Cinderela fora maltratada.
Fui pesquisar o conceito rede social e encontrei a seguinte frase: “Em teoria, na estrutura das redes sociais os atores sociais se caracterizam mais pelas suas relações do que pelos seus atributos (gênero, idade, classe social)”. Ou seja, você depende das suas relações. Temos uma vantagem com isso, ela não é segragadora como nossa sociedade. Mas, diferentes de nossas vidas, as redes são descartáveis. Repare na decadência do Orkut e na ascensão do Facebook. Quem se lembra do fotolog e afins?
Não estou falando para ninguém cancelar todas suas contas em diversas redes sociais. Elas servem para reencontrar amigos do passado e se comunicar com pessoas no outro lado do mundo. O que não devemos fazer é construir uma vida em uma rede. Nas redes, perdemos nossa identidade. É hora de abrir a janela e olhar para a realidade, para nossos amigos e familiares. Vamos desconstruir nossa vida perfeita nas redes e aceitar nossos problemas, com garra para resolvê-los e progredir sempre. E se esses problemas forem engraçados, a gente escreve uma história pro blog.

Até a próxima
Mobilio

Dados: RedesSociais.br

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Porradão de Mengo!



A todos meus amigos flamenguistas.

Era uma quarta-feira que parecia ser comum, mas seria um dia especial. Mesmo torcendo pelo time das Laranjeiras, comprei o ingresso para ver a estreia de Ronaldinho Gaúcho no time do Flamengo. Estava tudo acertado: Ingresso com van de ida e volta. O jogo estava marcado para dez da noite, mas as seis e meia eu estava saindo de casa, confundido entre torcedores indo pro Engenhão e trabalhadores voltando pra casa na hora do rush.
Depois de algum tempo, já estava na porta do Estádio. Não tão imponente quanto o Maracanã, o Engenhão tem sua beleza com seus arcos suspensos iluminados. Ali, já me encontrava com a massa flamenguista. Assumo que fiquei com um pouco de medo, que perdi ao entrar no estádio. O campo ainda estava escurecido e a torcida chegava aos poucos. Quando os refletores se acenderam, os torcedores começaram a cantar versos sobre o Maior Time do Mundo. O Engenhão, conhecido como vazião, perderia esse apelido (pelo menos nesse dia) já que era a estreia de Ronaldinho Gaúcho. Todos os ingressos foram vendidos em homenagem ao ídolo R10. Gaúcho é um ídolo mundial do futebol. Quem não se lembra daquele Golaço de falta na copa de 2002 contra a Inglaterra no fim do jogo? Quem não se lembra daquele primeiro lance dele na seleção brasileira? Como não me esqueci dessas jogadas excelentes, fui ao jogo.
Quando a estrela da noite entrou em campo, a torcida armou um mosaico que dizia “Bem Vindo R10”. Eu fazia parte do “ZERO”
O jogo começou e cada vez que R10 encostava na bola a torcida aplaudia fervorosamente. Até aí, a torcida do Flamengo não me surpreendeu. Levantavam-se com uma chance de gol e depois, sem a alegria do gol, voltavam para sentar nos banquinhos azuis do Engenhão. Irritados com alguns lances, os torcedores mandavam mensagens carinhosas para as mães dos jogadores e, principalmente para a mãe do juiz. ........................................................NOT!!
O jogo chegava ao final e nada do Flamengo marcar um gol. As unhas dos torcedores roucos estavam espalhadas pelo estádio e todos esperavam o próximo lance de R10.
Foi aí que descobri porque o Flamengo tem a maior torcida do mundo. Os torcedores começaram a pular e cantar sem parar para incentivar o time. Eu entrei nessa pilha já que sabia algumas músicas. A música não parou. O time correspondeu e veio o GOL. Um golpe de oportunismo de um atacante do Flamengo fez todo o estádio (inclusive eu) comemorar excessivamente. Eu e meus amigos nos abraçamos enquanto gritávamos coisas impossíveis de se entender. Nesse momento, olhei para o gramado e vi R10 ali, bem pertinho de nós, agradecendo a torcida pelo apoio e a Deus pela oportunidade de jogar no Maior Time do Mundo. O jogo acabou e todos comemoraram o resultado positivo. Após uma rápida entrevista, R10 reverenciou os quatro cantos do estádio agradecendo pelo fervoroso amor da torcida do Flamengo.
Fomos embora com a certeza de que R10 joga muito e de que agora só valeria um jogo do Flamengo no Maracanã, um estádio de respeito.
Depois desse dia, tive a certeza de que, pelo menos por algumas horas, torci pelo Mengão. Boa Sorte com R10!

Até a próxima
Mobilio

sábado, 29 de janeiro de 2011

Impressões



Era um dia ensolarado no Centro de Buenos Aires. Os pássaros cantavam alegremente e o céu não contava com nenhuma nuvem. Os monumentos da cidade brilhavam com a luminosidade excessiva e os argentinos estavam alegres, apesar do calor. Ao invés dos deliciosos alfajores argentinos, o dia pedia um grande pote de sorvete. Perto dali, em uma estação de trem, um grupo de brasileiros se juntava para fazer um passeio até o Rio da Prata. Os argentinos, acostumados com a correria do centro da cidade, estranhavam a presença de turistas em um trem comum da cidade.
Após a entrada no trem, os brasileiros observavam a paisagem enquanto os argentinos, acostumados com a vista, descansavam para um intenso dia de trabalho.
Na primeira estação, uma argentina linda entrou no trem e um dos brasileiros não deixou de reparar na sua beleza. Quando os olhares se encontraram, começou o trabalho da mente de cada um. Ele começou a imaginar o que ela fazia da vida, qual seria o nome dela, se já tinha ido ao Brasil, como seriam os amigos dela, pra onde ela estava indo. Além disso, ficou se perguntando por que ela estaria tão arrumada naquele momento. A dama fez a mente do Brasileiro trabalhar intensamente.
Enquanto isso, na cabeça da garota Argentina, diversas perguntas sem resposta era feitas incessantemente. De onde vem aquele garoto? Será que ele não é daqui? Pra onde ele está indo? Por que ele aprecia com tamanha curiosidade a paisagem de Buenos Aires? O que será que ele faz da vida? Como são os amigos dele? Qual o nome dele?
Depois de algumas estações, a menina teve que descer do trem. Antes de ela sair, na porta do trem, eles trocaram um sorriso suave e sincero, como se já se conhecessem desde a infância.

“Quem sabe um dia eu a encontro novamente?” – Pensou o brasileiro.
“Quem sabe um dia eu o encontro novamente?” – Pensou a argentina.
Quem sabe?

Até a próxima
Mobilio