sexta-feira, 29 de abril de 2011

O palhaço







O show chega ao fim
A plateia pede bis
O dever está cumprido
É hora de retirar o nariz

O personagem se desfaz
Com seu lenço de papel
Amanhã terá mais
É hora de descer do céu

No circo, a tenda
Isola o palhaço do mal
No fim, ele retira a venda
É hora de encarar a vida real

A boca pintada
Fica seca
Com o frio da noite enluarada

A cintura, antes larga
Agora está apertada
Nos poucos coletivos
Que passam na madrugada

A flor de sua fantasia
Perde sua vida
No silêncio da maioria

Lar doce lar
O palhaço acaricia sua esposa
Distribui beijos em seus filhos
Aqueles que, mesmo com dificuldades,
Sabem como sorrir
É a hora de dormir
É a hora do palhaço sonhar...


Até os próximos versos

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